(Des)orientação profissional
A escolha da carreira profissional é um importante passo na vida do jovem. Alguns a fazem sem titubear. Acertam e erram, escolhem de novo, desistem ou persistem, tudo sem grandes dúvidas ou angústia aparente. Mas para alguns, a escolha profissional é muito mais difícil.
Nem sempre foi preciso escolher uma profissão. Há não muito tempo atrás (em termos de história do mundo) as ocupações eram herdadas. Hoje, com a evolução do mundo, das famílias e das profissões, muitos já podem escolher. Escolher é difícil. E não ajuda nada a quantidade de opções. Atualmente só em cursos universitários são mais de 250! Mas escolher é necessário e é bom. O processo de Orientação Profissional (OP) visa isso: a escolha. Uma escolha autônoma e madura.
A dificuldade de escolher uma profissão pode estar relacionada à ideia de que ela tem que ser “pra sempre”. Ou seja, o medo de errar na escolha. De se arrepender. Só que nada é perdido. Ao se fazer uma escolha errada, pode-se aprender muito sobre si mesmo tentando entender o porquê, quando e como ela foi feita. E lembrar que a melhor escolha não é a mais fácil. A dificuldade em se escolher uma carreira está no fato de que por mais que se deva considerar características pessoais (qualidades, defeitos, habilidades), a melhor escolha não deve ser baseada no que se tem, mas sim no que não se tem. Pois é a busca pelo que não temos que motiva a continuar e buscar a auto realização.
Para isso, é preciso que a pessoa se conheça. É muito mais difícil escolher algo sem que se saiba quem se é e o que se quer. Então, a OP é um espaço para descobrir, desconstruir e (re)construir. Para organizar as ideias, lidar com as crenças, estereótipos, expectativas, fantasias e, claro, com a realidade. É um espaço e um momento de autoconhecimento.
Mesmo sendo o objetivo do processo, nem sempre quem busca a Orientação Profissional sai com a escolha 100% definida, com certeza absoluta de uma profissão. Mas sai mais empoderado, se conhecendo mais, sabendo seus interesses e habilidades para que possa, enfim, fazer uma escolha autônoma e madura. Uma coisa é certa: o orientando não sai como entrou. Há um crescimento, seja pessoal, seja ligado à profissão, vestibular, faculdade ou trabalho. Muda sua visão de si mesmo e do mundo.