A liberdade de ser
Hoje em dia, parece óbvio falar que somos livres pra sermos quem quisermos, fazermos nossas escolhas, cometermos nossos erros (e acertos), sem medo nem necessidade de competição ou comparação. Mas infelizmente, pra muitas pessoas não é assim tão fácil.
Isso porque a opinião do outro, o julgamento do outro (e o meu próprio por vezes projetado nas pessoas) e corresponder às expectativas (próprias e alheias) ainda é muito importante (e limitante) pra algumas pessoas. Já dizia Sartre “o inferno são os outros”. Quando me preocupo muito com o que vão achar de mim, com o que vão pensar de mim, deixo de ser autêntico, de ser eu. Passo a ser quem eu acho que o outro acha que sou, preciso ser ou quer que eu seja. E até quem eu acho que eu preciso ser. É muito achismo. E que tarefa difícil. E injusta consigo mesmo.
Algumas pessoas se cobram muito pra não quererem se adequar aos padrões. Entendeu? Elas querem muito não ligar, falam que não ligam, precisam não ligar, mas... ligam. Elas sofrem por mentir pra si mesmas sobre quem são e o que querem. Dizem que estão bem com o pneuzinho, que adoram a solteirice da balada, que não querem casar ou então acham que precisam casar e ter filhos. Por fora são pessoas muito bem resolvidas com discursos lindos (e convincentes) sobre não precisar disso ou daquilo, não querer algo e ser de tal jeito. O que pode realmente ser verdade. Mas quando não é, é um problemão, pois forçar-se a pensar que não precisam ser ou quer algo, alienar suas necessidades e vontades é muito prejudicial pra saúde mental. É um tentar enganar-se pra poder se adequar a discursos e ideias que não são seus, que não fazem sentido.
O importante é compreender e aceitar quem se é. Descobrir os próprios gostos, vontades e necessidades, sabendo que não precisa da aprovação do outro. E entender e aceitar que tudo bem mudar, pensar diferente ou querer ser/fazer igual. Faz parte da vida. As escolhas são suas. Só suas. E sempre lembrando que não escolher é também uma escolha!