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Sobre gritar com o bebê

Sexta passada eu tava tão irritada por não dormir quanto meu filho. Foi um dia muito exaustivo, daqueles longos, puxaaaados, sabe? E quando era 17:30, após mais uma sinfonia de choro inexplicável após uma soneca chinfrim de 10 minutos, pela primeira vez (de muitas que estão por vir, eu sei) gritei muito brava com meu filho.


Foi horrível. Me senti mal assim que terminei a última sílaba do nome (pq quando mãe tá brava chama pelo nome inteiro, né?). Sim, chorei. Pq ele é um bebê de 4 meses, o comportamento dele não tem intenção quiçá maldade nenhuma. Chorei de cansaço, de incompreensão, culpa e sabe-se lá mais o que cabe nesse combo.


É insuportável que a gente suporta? É.  Mas olha... tem que respirar muito fundo. Tem que entender que não é um ataque pessoal. Talvez apenas sejam dias de controle de natalidade natural🤣


Eu amo meu filho, não me arrependo nem 1 segundo de ter tido ele, mas olha... não é fácil.


Num mundo ideal de equilíbrio cósmico, hormonal e emocional,  nunca uma mãe gritaria com um bebê ou uma criança.  Eles ainda estão aprendendo a existir, mal sabem o que tão fazendo. A culpa não é deles. Mas tb não é nossa. Só que, num lapso, a gente acha que ou é culpa deles ou nossa. Perdemos a razão, que junto com perder horas reparadoras de sono (o que que é isso mesmo? Nem lembro), acabam em repostas nada belas mas muito humanas. E, com um bebê,  não adianta a gente fechar a cara e fazer tratamento de silêncio (na verdade não funciona com ninguém). Ele precisa.  E tá chorando pq precisa. E ser precisada 24h cansa. Cansa muito. Cansa mais do que o imaginável dos cansaços.


Só nos resta chorar junto. Seja de cansaço,  de culpa, de sono, de irritação.  Melhor por pra fora do que guardar. Sempre!


Pedi desculpas pro meu filho da mesma forma que peço desculpas quando arranho a bolinha dele trocando fralda: com dor e amor. E sabendo que, por mais cuidado que eu tenha, aquilo pode se repetir. O grito e o arranhão.


Pq se tem uma coisa que devemos ensinar nossos filhos é a não calar emoções e reparar erros. Permitir que errem como a gente erra. Serem humanos irritantes e adoráveis como nós somos. E bebês são muito mais adoráveis que a gente! Sobrevivência,  né?

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